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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Educação Especial

A Educação Especial sempre teve uma existência difícil para não dizer complicada. Três vertentes sempre estiveram presentes neste domínio, a pedagógica, a médica e a psicológica. Do cruzamento destas três dimensões tenha surgido a Educação Especial.
Fazendo referência à situação médica, temos que diversas alterações do foro da medicina, têm como apanágio alterações a nível da aprendizagem, as quais como é lógico são observadas e avalisadas pela psicologia. Porém, existem outros factores e situações, que sem uma componente médica distinta são observadas pela psicologia, e não o serão ainda pela medicina, porque ainda existem algumas deficiências tecnológicas (alto custo e processos invasivos) para serem devidamente certificadas pela medicina, só que a medicina aceita os diagnósticos psicológicos como verdadeiros e reais, pois que se a criança for sujeita a uma ressonância magnética as alterações serão bem visíveis na imagiologia.
A saída de uma nova lei de Educação Especial baseada numa Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), e a sua derivada ICF-CY – Classificação Internacional de Funcionalidade – crianças e jovens, levantou imediatamente celeuma, porque esta classificação pode abranger tudo e todo o tipo de deficiência, mas também e consoante as normas para a sua utilização pode retirar centenas de crianças e jovens da dita «Educação Especial». No entanto, o trabalho da psicologia sempre teve como objectivo fundamental, tornar o sujeito, sofrendo de uma deficiência [física ou mental] o mais autónomo e independente possível. Isto é, se o sujeito pode angariar o seu sustento, qual é a razão para ele viver à conta de um subsídio eternamente, pois que não se tornou autónomo?
Ora, a CIF ao apontar para a funcionalidade do sujeito aponta nesse sentido, tornar o sujeito o mais autónomo possível, daí que ao olhar-se para as diversas funções classificadas da CIF, sejamos levados a pensar num currículo funcional de forma que o sujeito passe de um sujeito deficiente a um sujeito autónomo e produtivo.
Limites existem, e vários caminhos são possíveis para a realização deste tipo de autonomização. Mas uma reflexão profunda deveria ser feita e não somente no aspecto da inclusividade, pois que existem outros factores técnicos necessários a estes mecanismos de escolarização. A preocupação em fazer sair uma nova lei, para destronar outra, que nunca foi aplicada no seu todo, pois que, e se reflectirmos, a dita lei tinha limitações bastante acentuadas, na sua aplicabilidade a nível do secundário, devido a falta de regulamentação, tendo a actual lei o mesmo tipo de problemas, a sua aplicabilidade a nível do secundário, e o não terem contemplado os Cursos Profissionais, Cursos de Educação e Formação, visto que os alunos do D.L.319/91 eram muitas vezes encaminhados para essa situação, leva-nos a pensar que a nova lei, não vem servir os objectivos propostos, e que por muitas regulamentações que saiam sobre a dita cuja, mais ano menos ano, talvez dez anos, venha a ser feita uma nova lei sobre a educação especial, que realmente consigne e promova a autonomia e a sustentabilidade do «deficiente».

sábado, 2 de fevereiro de 2008

O poeta Elias

A internet tem destas coisas, fui parar ao Blog http://instantesclarissa2006.blogspot.com/2007/02/instantes-ci.html#7654189672111390166
por acaso, pois que andava à procura de um poeta popular de Mértola, que se chamava Elias.

O poeta Elias de Mértola existiu e eu conheci-o em 1991, conheci-o de uma forma um tanto esquisita, pois que abordou-me numa das ruas de Mértola depois de eu ter ido beber uma bica e ter conversado com colegas de trabalho. O Elias nesse dia estava bastante bebido, mas resolveu «obrigar-me» a ouvir algumas das suas poesias. No dia seguinte, já sem vapores do alcóol veio pedir-me desculpa se me tinha aborrecido. Hoje ao ler isto, lembrei-me dele, e das suas artes. Já que para além de poeta também pintava murais naifs nas paredes de alguns cafés da vila.
Nunca consegui adquirir nenhum livro dele, mas ele editou as suas poesias em livros de autor, em edicções reduzidas.
Só que em Mértola, no início dos anos 90, o Elias era uma figura típica da terra, mas que fugia dela para se refugiar em Lisboa, voltanto ao seu poiso para retemperar energias, e provavelmente para se inspirar para escrever mais umas quantas poesias.